Capítulo 1 - Vozes da Névoa

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A luz era suave demais para ser real. Um brilho pálido, quase líquido, que parecia flutuar no ar, dissolvendo as bordas do mundo em uma névoa etérea. O som de gotas caindo — plink, plink, plink — ecoava em um ritmo hipnótico, como se o próprio tempo estivesse pingando, esvaindo-se em um vazio sem fim. Hiroshi Yamada abriu os olhos lentamente, as pálpebras pesadas como se costuradas por fios invisíveis, cada movimento uma batalha contra a inércia de um sono que não parecia seu. Onde estava ele?

O teto acima era uma abóbada de pedra, antiga e irregular, com rachaduras que pareciam veias de um organismo fossilizado. Não havia janelas, apenas sombras que dançavam nos cantos, movidas por uma lâmpada pendente que oscilava como um coração prestes a parar, seus lampejos erráticos lançando clarões intermitentes pela sala. O ar cheirava a metal enferrujado, um odor acre que se agarrava à garganta, misturado a algo mais — um vazio mórbido, como se o próprio ambiente tivesse morrido e esquecido de desaparecer.

Hiroshi tentou falar, mas sua voz saiu abafada, engolida pelo silêncio opressivo. Que lugar é esse? Como vim parar aqui? Seus pensamentos eram fragmentos, pedaços de um quebra-cabeça que não se encaixavam. Ele se levantou, o chão frio e áspero sob seus pés descalços, cada pedra irregular mordendo sua pele como um aviso. Teias de aranha pendiam dos cantos, finas e translúcidas, tremendo levemente como se respirassem. Uma camada de poeira cobria tudo, um véu cinzento que dava à sala a aparência de um túmulo intocado por séculos.

No centro, uma mesa cirúrgica dominava o espaço, sua superfície metálica manchada por marcas escuras, como se tivesse sido usada em um ritual interrompido. Instrumentos enferrujados — bisturis tortos, seringas quebradas, pinças com dentes corroídos — estavam espalhados em uma estante ao lado, como relíquias de um passado cruel. Hiroshi sentiu um arrepio subir pela espinha, não por medo, mas por uma sensação de errado, como se o lugar estivesse fora de sincronia com a realidade que ele conhecia.

Seus olhos encontraram a única saída: uma porta de ferro maciça, tão alta que parecia engolir a luz ao seu redor. Gravuras estranhas, quase indistintas, marcavam sua superfície — símbolos que lembravam olhos entreabertos, ou talvez rostos distorcidos, esculpidos com uma precisão que beirava o obsessivo. Hiroshi deu um passo em direção à porta, cada movimento pesado, como se o ar conspirasse para mantê-lo preso. Sua respiração, agora irregular, misturava-se ao silêncio, e um tremor incontrolável começou a percorrer seus braços.

Então, um som cortou o vazio. Uma sirene distante, aguda e dissonante, como o grito de algo que não pertencia a este mundo. O coração de Hiroshi disparou, batendo contra as costelas com uma força que doía. O que está lá fora? A pergunta ecoou em sua mente, mas antes que pudesse tocar a maçaneta, um clarão cegante explodiu diante dele, engolindo o mundo em uma luz branca e abrasadora.

O som estridente do despertador arrancou Hiroshi do sonho como uma faca cortando tecido. Ele abriu os olhos de supetão, o coração ainda acelerado, a respiração entrecortada. A luz fraca da manhã filtrava-se pela janela do quarto, tingida de cinza pelas nuvens pesadas que cobriam Tomita. O relógio na mesa de cabeceira marcava 6:00 da manhã, as linhas vermelhas piscando em um ritmo que parecia zombar de sua exaustão.

Hiroshi se sentou na cama, esfregando os olhos com força, como se pudesse apagar os resquícios do sonho que ainda o assombravam. Apenas um pesadelo, pensou, mas a sensação de desconforto permanecia, como uma sombra grudada em seus ossos. Ele desligou o despertador com um tapa, o silêncio que se seguiu quase tão opressivo quanto o som. O quarto era familiar — a cama bagunçada, o pôster de um anime de mechas na parede, a pilha de livros de ciências no canto —, mas algo parecia… deslocado, como se ele tivesse voltado de um lugar que não deveria ter visitado.

Com um suspiro, ele se levantou, o frio do chão de madeira mordendo seus pés. Vestiu o uniforme escolar com movimentos mecânicos: a camisa branca, levemente amassada; o suéter azul-escuro, um pouco apertado nos ombros; e a gravata vermelha, que ele amarrou com um nó torto, sem paciência para perfeição. O tecido do suéter era áspero contra a pele, mas o frio da manhã tornava a camada extra bem-vinda.

No espelho do banheiro, Hiroshi parou por um momento. O reflexo mostrava um garoto de 16 anos, com cabelos pretos curtos e bagunçados, caindo em mechas irregulares que emolduravam seu rosto. Seus olhos castanhos, grandes e penetrantes, carregavam uma mistura de cansaço e curiosidade, refletindo uma determinação que contrastava com a palidez de sua pele. Ele passou a mão pelo cabelo, tentando domar as mechas rebeldes, mas logo desistiu, resignado com sua aparência desleixada.

Desceu as escadas, o aroma de pão torrado e chá verde invadindo suas narinas, um contraste quente com a frieza do sonho. A cozinha era o coração da casa, um espaço pequeno mas acolhedor, com uma mesa de madeira gasta e cadeiras que rangiam levemente sob o peso. Aiko, sua mãe, estava de pé junto ao fogão, mexendo uma panela com a graça de quem transformava a rotina em arte. Seus cabelos, presos em um coque frouxo, brilhavam sob a luz suave da manhã, e seus olhos, tão expressivos quanto os de Hiroshi, ergueram-se com um sorriso surpreso.

— Olha só, o milagre matinal! — brincou ela, a voz leve, mas carregada de afeto. — Achei que ia precisar te arrastar da cama hoje.

Sentada à mesa, Kaede, sua irmã mais nova, mordiscava um pão com geleia, os olhos brilhando com uma provocação adolescente. Aos 14 anos, ela era pequena para sua idade, com cabelos castanhos curtos que terminavam em um corte reto acima dos ombros, emoldurando seu rosto redondo. Seus olhos dourados, grandes e expressivos, pareciam capturar cada detalhe ao seu redor, e um sorriso travesso brincava em seus lábios enquanto ela observava Hiroshi. O uniforme escolar, com a gravata vermelha cuidadosamente amarrada, contrastava com a energia caótica que ela exalava.

— Sério, Hiroshi? Você acordou antes do terceiro alarme? — disse ela, erguendo uma sobrancelha. — Tô quase chamando a imprensa.

Hiroshi revirou os olhos, puxando uma cadeira com um movimento preguiçoso. — Como se você fosse a rainha da pontualidade, Kaede. Semana passada, quem foi que perdeu o ônibus por causa de um vídeo de gatos?

Kaede riu, a provocação dançando em seus olhos. — Pelo menos eu não pareço um zumbi que caiu da cama. — Ela apontou o pão na direção dele, como uma espada improvisada. — Sério, o que aconteceu? Sonhou com o apocalipse?

Hiroshi hesitou, a imagem da sala de pedra e da porta de ferro piscando em sua mente como uma fotografia antiga. Ele forçou um sorriso, pegando um pão da cesta e espalhando manteiga com gestos lentos. — Só um pesadelo idiota. Nada de mais.

— Hmm, sei. — Kaede estreitou os olhos, como se pudesse enxergar através dele. — Você tá com cara de quem viu um fantasma.

— Se eu fosse um fantasma, já estaria te assustando só pra te ouvir gritar — retrucou Hiroshi, inclinando-se para frente e, em um impulso inesperado, plantando um beijo rápido na testa dela. Kaede arregalou os olhos, fingindo indignação, mas o sorriso que escapou traía sua diversão.

— Eca, Hiroshi! Sai com essa boca de café da manhã! — exclamou ela, esfregando a testa com uma risada.

Aiko, observando a cena, riu baixo, o som suave como uma brisa. — Vocês dois nunca mudam, né? — Ela colocou uma tigela de missô fumegante na mesa, o aroma subindo em espirais quentes. — Come logo, Hiroshi, ou vai perder o trem.

Após o café da manhã, Hiroshi pegou sua mochila, o peso familiar dos livros e cadernos ancorando-o à realidade. Ao abrir a porta da frente, hesitou por um instante, um arrepio subindo pela nuca. O eco do sonho — a sirene, a porta de ferro, o clarão — parecia segui-lo, uma presença invisível que se recusava a ser esquecida. Ele balançou a cabeça, tentando afastar a sensação, e murmurou para si mesmo: — Hora de encarar o dia.

O céu lá fora estava nublado, as nuvens pesadas prometendo chuva. O ar fresco trazia o cheiro de grama molhada, uma lembrança da tempestade da noite anterior. Hiroshi respirou fundo, deixando o vento frio encher seus pulmões, e começou a caminhar em direção à estação de metrô.

As ruas de Tomita eram tranquilas, um mosaico de casas tradicionais com telhados curvos e lojas modernas que começavam a abrir suas portas. Vendedores arrumavam frutas e peixes frescos nas calçadas, seus movimentos precisos como uma dança matinal. O som dos sinos de bicicleta e o murmúrio distante de conversas enchiam o ar, misturando-se ao aroma de peixe grelhado que vinha de uma barraca próxima. Hiroshi caminhava com passos firmes, mas sua mente ainda estava dividida, um pé na rotina e outro preso no sonho que se recusava a desvanecer.

No metrô, o vagão estava quase vazio, os assentos ocupados por estudantes de uniformes impecáveis e trabalhadores de olhos fixos em seus celulares. Hiroshi se encostou à janela, o vidro frio contra a testa, observando o mundo passar em um borrão de cores. O som das rodas nos trilhos era um zumbido constante, quase hipnótico, mas seus pensamentos continuavam voltando àquela sala de pedra, à porta de ferro, ao clarão que o arrancara do sonho. Por que parece tão real?

Ao chegar à escola, o ambiente familiar o envolveu como uma segunda pele. O pátio era um caos organizado de estudantes, alguns correndo para seus clubes, outros conversando em grupos animados. O cheiro de giz e papel pairava no ar, misturado ao aroma de sakura que vinha das árvores no pátio. Hiroshi atravessou o corredor, as vozes dos colegas ecoando como uma sinfonia distante, até chegar à sua sala.

A sala de aula era um microcosmo de rotina: carteiras alinhadas, quadros cobertos de anotações, e a luz suave da manhã filtrando-se pelas persianas. Hiroshi se sentou perto da janela, o assento de sempre, onde podia observar o mundo lá fora sem ser notado. A professora, Sra. Fumiko Sato, entrou com passos tranquilos, sua figura esguia contrastando com a energia contida em seus olhos castanhos. Aos 29 anos, ela tinha uma aura de autoridade serena, os óculos de armação fina ligeiramente tortos sobre o nariz.

— Ohayou gozaimasu, turma — disse ela, a voz clara e firme, mas com uma suavidade que acalmava o ambiente.

Os alunos se levantaram em uníssono, as cadeiras rangendo em um coro desajeitado. — Sensei, ohayou gozaimasu! — responderam em coro, inclinando-se em respeito.

A chamada começou, cada nome ecoando pela sala como um ritual. Quando chegou a vez de Hiroshi, ele hesitou, sentindo o peso dos olhares dos colegas. — Yamada Hiroshi! — chamou a professora, o tom um pouco mais firme.

— Presente — murmurou ele, a voz baixa, quase engolida pelo silêncio. Ele odiava ser o centro das atenções, mesmo por um segundo.

A aula seguiu com o anúncio de um projeto de geografia: um estudo sobre a geografia física do Japão, com foco em montanhas, rios ou desastres naturais. Os grupos começaram a se formar rapidamente, risadas e conversas enchendo a sala. Hiroshi, no entanto, permaneceu em sua cadeira, observando enquanto os colegas se organizavam com uma facilidade que ele nunca compartilhara. Ele não era antissocial, mas a ideia de se enturmar em um grupo barulhento o deixava desconfortável, como se sua presença fosse uma peça que não se encaixava no quebra-cabeça.

— Hiroshi-kun, já escolheu seu grupo? — perguntou a Sra. Sato, parando ao lado de sua carteira.

Ele respirou fundo, a resposta saindo quase como um reflexo. — Vou trabalhar sozinho, sensei.

Ela o olhou por um momento, os olhos analisando-o com uma mistura de preocupação e compreensão. — Entendido. Mas, se mudar de ideia, me avise. — E com um aceno, ela seguiu para o próximo aluno.

Quando o sinal tocou, marcando o fim da aula, Hiroshi sentiu um alívio silencioso. Ele pegou sua mochila e seguiu para o corredor, onde os alunos já corriam para os clubes extracurriculares. No Japão, os clubes eram quase uma religião, uma parte essencial da vida escolar, mas Hiroshi nunca se sentira atraído pelas opções mais populares — kendo, beisebol, ou mesmo o clube de mangá. Ele queria algo tranquilo, onde pudesse pensar sem ser interrompido.

Foi então que uma placa chamou sua atenção: Clube de Investigação Extracientífica. A porta estava entreaberta, e um murmúrio baixo escapava do interior. Curioso, Hiroshi empurrou a porta e entrou.

A sala era um caos organizado. Livros antigos, com capas de couro rachado, empilhavam-se em prateleiras empoeiradas, seus títulos falando de ocultismo, fenômenos paranormais e mitologia. No centro, uma mesa redonda sustentava um tabuleiro ouija, o ponteiro de madeira apontando para letras como um dedo acusador. Três alunos estavam ao redor da mesa, seus rostos sérios, quase solenes, como se participassem de um ritual secreto.

A menina de cabelos longos foi a primeira a notá-lo. Seus olhos brilharam com uma animação que beirava o exagero. — Opa, um novo aluno! — exclamou ela, quase derrubando a cadeira ao se levantar. — Você veio pro clube? Precisamos de mais dois membros pra não sermos dissolvidos!

Antes que Hiroshi pudesse responder, ela se apresentou com um gesto dramático. — Natsumi Ishikawa, presidente interina e alma deste clube! — Seus cabelos, presos em um rabo de cavalo bagunçado, balançavam enquanto ela falava, e suas meias com estampa de gatinhos contrastavam com o casaco surrado do uniforme. — Esse aqui é Kenji Ishida, nosso gênio técnico que acha que equações explicam tudo.

Kenji, um garoto magro com óculos de armação grossa e acne espalhada pela testa, acenou timidamente. — Oi… acho que sim? — murmurou, ajustando os óculos.

— E aquele ali é Shota Yamamoto — continuou Natsumi, apontando para um menino alto e desengonçado, com cabelos desgrenhados e uma camiseta apertada. — Ele é nosso especialista em teorias malucas e devorador de ramen.

Shota deu de ombros, o rosto inexpressivo. — Só porque tava com fome — resmungou, a voz grave.

Hiroshi cruzou os braços, olhando para o tabuleiro ouija com ceticismo. — Então, Clube de Investigação Extracientífica… é isso que vocês fazem? Jogam com tabuleiros místicos?

Natsumi riu, um som agudo que ecoou pela sala. — Não é só um jogo! Estamos investigando o que a ciência não explica. Tipo, espíritos, energias, coisas que vão além da lógica chata do Kenji.

Kenji franziu a testa. — Minha lógica não é chata. É precisa.

Hiroshi apontou para o tabuleiro, um sorriso irônico curvando seus lábios. — Já ouviu falar do efeito ideomotor? É só psicologia. Seus músculos se movem sem você perceber, guiando o ponteiro. Não precisa de espíritos pra isso.

Natsumi abriu a boca, pronta para protestar, mas Kenji levantou a mão. — Tá, mas e se for mais que isso? E se a ciência ainda não descobriu como essas energias funcionam?

— Então me prove — desafiou Hiroshi, sentando-se em uma cadeira com um movimento casual. — Mostre que não é só um truque.

Natsumi sorriu, como se tivesse esperado por isso. — Beleza, Yamada-kun. Vamos fazer um teste. Sem mãos na mesa, sem tocar no tabuleiro. Só pra garantir que ninguém tá ‘influenciando’.

Os três se afastaram, e Hiroshi observou, os olhos semicerrados, enquanto o ponteiro começou a deslizar lentamente, traçando letras com uma precisão quase sobrenatural. O ar na sala ficou mais denso, como se o próprio espaço estivesse prendendo a respiração. Quando o ponteiro parou, formando uma palavra clara — SAIA —, Natsumi exclamou, vibrante: — Tá vendo? É o espírito!

Hiroshi se levantou, caminhando ao redor da mesa com passos deliberados. Ele se abaixou, examinando a parte inferior da mesa, e então riu baixo, apontando para um ponto específico. — Um imã. Bem escondido, mas tá aí. Você pressionou a perna contra a mesa, Natsumi. Física básica, não espíritos.

O rosto dela murchou, a animação dando lugar a uma expressão de derrota. Kenji e Shota trocaram olhares, surpresos, enquanto Natsumi mordeu o lábio, tentando salvar a situação. — Tá, tá, você venceu. Mas… e se a gente prometer não te enganar de novo? Você entra pro clube?

Hiroshi hesitou, mas algo na energia caótica daquele grupo o intrigava. Eles eram excêntricos, sim, mas havia uma sinceridade ali que ele não podia ignorar. — Se vocês pararem com essas farsas, eu fico. Mas só pra manter vocês na linha.

Natsumi bateu palmas, o entusiasmo voltando como uma chama reacendida. — Fechado! Bem-vindo ao clube, Yamada-kun!

O fim de semana chegou como um alívio. Após dias de aulas e debates com o clube, Hiroshi precisava de algo para se ancorar à realidade. Sentado à mesa de estudos em seu quarto, ele abriu o laptop, o brilho da tela iluminando seu rosto. O projeto de geografia ainda pesava em sua mente, e ele precisava de um tema que fosse além do óbvio. Enquanto navegava, um artigo chamou sua atenção: uma escola abandonada em uma área rural de Tomita, conhecida por deslizamentos de terra. Perfeito, pensou, o coração acelerando com a ideia de explorar algo tangível, algo que ele pudesse medir e explicar.

— Isso vai ser bom — murmurou, anotando o endereço. A escola ficava a poucos quilômetros, em uma encosta instável, um lugar onde a ciência podia explicar os perigos. Mas, no fundo de sua mente, o eco do sonho — a sala de pedra, a porta de ferro, a sirene — sussurrava, como um aviso que ele se recusava a ouvir.

Após um banho quente, Hiroshi se deitou, o cansaço do dia puxando-o para o sono. Enquanto seus olhos se fechavam, a imagem da escola abandonada se misturava ao pesadelo, as paredes de pedra se sobrepondo às ruínas que ele imaginava. Algo dentro dele, uma centelha de curiosidade misturada a inquietação, dizia que o que o esperava não seria tão simples quanto um projeto escolar. E, no silêncio da noite, o som de uma sirene distante ecoou em seus sonhos, chamando-o para o desconhecido.

Capítulo 1 - Vozes da Névoa